AFA Emite Mensagem Contra Racismo, Mas Torcedores Reagem com Ofensas Racistas Antes de Brasil x Argentina

A atitude de alguns torcedores inclui ataques com símbolos de macacos, bananas e referência ao nazismo, em resposta ao apelo contra discriminação.

Mensagem da Associação do Futebol Argentino contra o racismo antes de jogo com o Brasil — Foto: Reprodução

Na véspera da partida entre Brasil e Argentina, no Monumental de Nuñez, em Buenos Aires, a Associação do Futebol Argentino (AFA) divulgou uma mensagem contra o racismo em suas redes sociais direcionada "a todos os torcedores de futebol e a toda a sociedade em seu conjunto". O alerta tem como claro objetivo alertar a população, principalmente aqueles que irão ao jogo, para evitar ataques preconceituosos contra brasileiros tanto do time adversário quanto da torcida.

O técnico Lionel Scaloni endossou a campanha. Ele falou contra o racismo durante sua entrevista coletiva na véspera do jogo com o Brasil.

— O racismo está totalmente fora de questão. Em nossas cabeças não existe essa palavra. Esperamos que quem for, seja para apoiar a seleção. Creio que também irão torcedores do Brasil. E ponto. Não há o que se discutir — afirmou o técnico argentino.

No entanto, a mensagem dividiu opiniões. Alguns torcedores apoiaram a causa. Mas outros se mostraram contrários a ela e emitiram comentários negativos. A postagem da AFA na rede X foi invadida por imagens de macacos e até mesmo de apologia ao nazismo.

O alerta ocorre num momento de forte tensão entre clubes brasileiros e os demais países. Os ataques racistas continuam sendo registrados nas competições da Conmebol, e a entidade se vê pressionada.

A Conmebol convidou embaixadores dos governos e representantes das federações dos 10 países integrantes da entidade para uma reunião na próxima quinta-feira, dia 27. A ideia é discutir questões relacionadas às manifestações de racismo, discriminação e violência que afetam o futebol no continente. O chamado ocorreu três dias depois da declaração do presidente da organização Alejandro Domínguez que gerou revolta entre os brasileiros.

Depois de fazer um discurso em português condenando o racismo no futebol, durante o sorteio da Libertadores e da Sul-Americana, o presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, fez uma infeliz analogia envolvendo um macaco ao responder se imaginava como seria uma Libertadores sem a participação dos clubes brasileiros — o boicote havia sido sugerido pela presidente do Palmeiras, Leila Pereira.

— Isso seria como Tarzan sem Chita. Impossível — disse Dominguez, referindo-se à personagem icônica de filmes e série de TV, animal de estimação do herói das selvas e de Jane, sua companheira.

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