Quadrilha do ‘Boa Noite, Cinderela’ Atua na Lapa e Zona Sul e Faz 20 Vítimas em Seis Meses
- sellsmartdigitalrj
- 25 de mar.
- 2 min de leitura
Polícia investiga esquema que mira turistas e universitários em bares e festas do Rio de Janeiro.

A prisão de Claudia Mayara Alves Soliva, a May Soliva, na última sexta-feira, revelou à polícia detalhes sobre a quadrilha que ela comanda, especializada no golpe "Boa noite, Cinderela". Além dela, outras três pessoas são alvo de investigação, como Maria Aparecida Dias de Souza, de 36 anos, que teve a foto divulgada pelo Disque Denúncia. A identificação do grupo é feita desde a morte do turista Manuel Felipe Martínez Mantilla, de 33 anos, funcionário do Ministério da Fazenda da Colômbia, em outubro passado. Desse mês em diante, a 21ª DP, responsável pelo caso, estima que o grupo fez outras 20 vítimas.
Segundo o delegado Tiago Dorigo, a quadrilha é formada por quatro pessoas, todas moradoras do Parque União, no Complexo da Maré, na Zona Norte. Três são mulheres que se apresentam às vítimas como garotas de programa, e o último é um homem, responsável por fraudar os cartões de crédito roubados durante os golpes.
Em depoimento na delegacia, Claudia Mayara afirmou que o grupo atua todo final de semana, principalmente em rodas de samba na Pedra do Sal, na Gamboa, além de bares na Lapa e boates na Zona Sul. Segundo ela, as criminosas negociam programas com as vítimas e as conduzem até o Parque União ou as convencem de ir para onde estão hospedadas. No local, os alvos são dopados e roubados.
Aos investigadores, Claudia afirmou que Maria Aparecida — que também usa os codinomes Perversa e Anita Lins — é quem adulterava as bebidas. Geralmente, ela mastigava um comprimido de rivotril e cuspia o conteúdo dentro do copo que a vítima usava. Depois, completava o recipiente com bebida, como cerveja, por exemplo.

Esse modus operandi foi usado contra o colombiano Manuel Felipe Martínez. Ele conheceu as suspeitas numa roda de samba, no Centro, e, de lá, as acompanhou até o Parque União. No entanto, como se mostrou resistente ao tranquilizante, as mulheres aumentaram a dose do medicamento na bebida, até perceberem que ele estava passando mal.
— Elas ficaram com medo de que ele pudesse morrer dentro do Parque União e chamaram um carro de aplicativo para tirá-lo de lá, indicando um lugar de destino. O motorista percebeu que Manuel Felipe estava mal, quase desmaiado, e resolveu levá-lo até o Getúlio Vargas, onde ele morreu 30 minutos após receber o atendimento de primeiros socorros — explica o delegado Tiago Dorigo, informando que o laudo do Instituto Médico Legal apontou "níveis cavalares" de tranquilizante na corrente sanguínea do colombiano.
Com os pertences roubados, os criminosos compravam equipamentos eletrônicos, eletrodomésticos, itens de uso pessoal e até refeições. No caso de Manuel Felipe, o modelo de iPhone mais recente foi comprado nas 24h após sua morte.
Para finalizar o inquérito sobre o crime, a 21ª DP precisa identificar os demais integrantes envolvidos com a quadrilha. As informações podem ser compartilhadas por meio do Disque Denúncia, pelos contatos (21) 2253-1177 ou 0300-253-1177; e pelo WhatsApp Anonimizado: (21) 2253-1177.
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